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Você já reparou que quando julga alguém, o faz a partir de princípios morais? Consegue perceber que todo um arsenal de crenças e valores já estão prontos, aí, dentro de você no momento em que está avaliando alguém?
Tudo isso, meu amigo, porque o mundo, aos poucos, foi criando dentro de você um programa de “certo” e “errado” que é determinante na forma de você interagir com as pessoas.
E se não existisse esse programa? E se não existissem os códigos morais? E se nós nos orientássemos apenas pela Natureza, obedecendo apenas o princípio de não fazer ao outro o que não gostaríamos que nos fizessem?
É meu amigo, isso por enquanto é utopia. Só seria possível se todos nós fôssemos realmente cristãos, compreendendo que cristo não só lutou contra todas as tradições, questionando as leis de sua época como exemplificou a tolerância, a aceitação, a compreensão e muitas outras virtudes para solução de qualquer questiúncula corriqueira.
Jesus não julgava ninguém, isso estava fora de questão, prova disso foi a passagem da pecadora, preferiu transferir a responsabilidade para aqueles que não tivessem pecado.
Pior do que não podermos nos dizer cristãos é, ainda, convivermos com a triste realidade de continuarmos pensando, agindo e nos comportando como fariseus. Não conseguimos subir esse degrau ainda!
Dizem que o ocidente é judaico-cristão, mentira! O ocidente é apenas judaico, pois agimos como os judeus de outrora: julgando, condenando, apedrejando, combatendo, enfim, reproduzindo cegamente as programações morais que nos foram impostas.
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus” Mt 5:20.
Lembram dessas palavras? Pois é, a muito tempo já fomos alertados do grande equívoco de nos orientarmos cegamente por preceitos morais e éticos que reproduzem apenas convenções sociais. Está na hora de seguir a própria intuição, ouvir o coração, permitir que o mundo se movimente sem as nossas intervenções, permitir que cada um seja aquilo que é, enfim, deixar de ser ‘normal’ para ser natural.
“É proibido proibir” gritava o cantor baiano. Hoje deveríamos gritar “É proibido julgar”, até que todos os preconceitos e a intolerância que nos governam sejam dirimidos. Chega de conceitos prontos, vamos esvaziar esse copo, vamos nos permitir recomeçar e olhar o mundo sem a contaminação desse programa nefasto.