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Vamos falar nesse artigo sobre o equilíbrio que podemos buscar através de antigos ensinamentos que são pouquíssimos acessados e integrados pela humanidade atual, principalmente para quem vive no modo automático.
Existe um ditado que diz: “Cada um deve descobrir o seu próprio caminho.” E isso é um fato, pois todos são livres e como co-criadores que somos, criamos nossa própria realidade a todo milésimo de segundo, seja de forma construtiva ou destrutiva, definimos o caminho que percorreremos. Como disse o título desse artigo, existe um caminho do meio. Vou contar uma breve história resumida do nosso querido Buda “Siddhartha Gautama” ou “Sidarta Gautama”para desenrolar o tema:
Siddhartha Gautama (563-483 a.C.), nasceu em Lumbini, no norte da índia (hoje Nepal). Filho de um Rajá, possuidor de 3 palácios e muitos bens materiais, casou-se aos 16 anos com uma prima de mesma idade programado pelo pai.
Durante as festas do nascimento de Siddhartha, o eremita Asita, leu em seu destino que a criança iria se tornar ou um grande rei chakravartin ou um homem santo. Seu pai com medo que seu Gautama se tornasse um Buda, procurou mantê-lo rodeado pela riqueza e longe dos acontecimentos do mundo (pobreza e doenças que se alastravam do lado externo dos muros que representavam um verdadeiro contraste do que vivia). Mesmo aprisionado pela ilusão criada pelo pai, Gautama sentia em seu interior que algo faltava para sua vida. Com 29 anos, Sidarta saiu de seu palácio para tentar compreender suas inquietações que o atordoavam constantemente. Apesar dos esforços de seu pai para escondê-lo dos doentes, moribundos e do sofrimento presentes no mundo, Sidarta teria visto um homem velho caído pela cidade e ficou impressionado com a cena. Pediu a seu cocheiro para explicar o que acontecia e foi quando se deu conta de que o mundo era completamente diferente daquilo que seu pai havia apresentado. Em sua caminhada, avistou um homem doente com o corpo em decomposição e um asceta. Estas visões o deprimiram e marcaram profundamente, o que lhe deu motivos para o esforço de tentar superar a doença, velhice e a morte através do ascetismo. A partir desse ponto, Gautama resolve deixar tudo para trás, mulher, filho e toda sua riqueza, saindo apenas com seu cavalo para viver uma vida de mendigo em busca da iluminação. Foi quando encontrou 2 mestres que o aceitaram para lhe ensinar. Ficou 6 anos de sua vida meditando. Dizem que chegou a se alimentar com estrume de animais. Fraco, sem forças para nada, se aproximou de um rio para beber um pouco de água, onde quase se afogou com poucos centímetros de água. Algumas pessoas que estavam passando por ali, viram que um homem estava se afogando e o ajudaram. Foi nesse momento que Siddhartha avistou um pequeno barco próximo a margem do rio levando um músico que afinava seu instrumento de corda, que ao esticar muito a corda estourou e Sidarta teve um maravilhoso insight. Percebeu que tudo na vida deve ter equilíbrio, assim como as cordas do instrumento que podem desafinar se ficarem frouxas ou estourar se for levada ao estremo. O equilíbrio está no centro “o caminho do meio”. Nesse momento explicou a situação aos seus mestres e perguntou se alguém queria caminhar com ele. Disseram que estava louco e que iria se perder ao voltar para o mundo material.
Siddhartha deixou os mestres e foi atrás daquilo em que acreditava e estava presente em seu coração. No caminho encontrou uma árvore, onde sentou e meditou por 40 dias e noites alcançando a iluminação e chegando ao estado de Buda (o iluminado). Compreendeu que os sofrimentos poderiam ser derrotados. Desse dia em diante Buda saiu pelo mundo para ensinar sua filosofia.
A história de Buda nos ensina que devemos rever as nossas crenças. Crenças não são apenas relacionadas a religião, estão presentes em tudo que fazemos. Grande parte da humanidade, busca intensamente o lado material e passa por cima de qualquer coisa para conquistar mais e mais, deixando de lado o espiritual. Vivem como androids, vivenciando as mesmas tarefas e objetivos todos os dias. Caro leitor, compreenda que nesse caso existe o extremo para o lado material e pouco ou nenhum valor para o espiritual.
Funciona mais ou menos assim, quando a pessoa passa por dificuldades, seja uma crise financeira ou conflitos por exemplo, ela procura ajuda para se fortalecer na fé, mas quando melhora continua agindo da mesma forma e abandona o lado onde foi amparada. Uma hora o pendulo vai para um lado e outra hora para o outro lado. Depois de muito tempo a situação que parecia resolvida volta de uma forma mais agressiva. É lógico que seria assim, a pessoa de nada fez para mudar o seu comportamento. Dessa forma, muitos passam a vida inteira. Outros quando ficam mais velhos, recebem a notícia de uma doença terminal e resolvem buscar o amadurecimento do lado espiritual de um dia para o outro, mas infelizmente o tempo passou e ficará para uma próxima encarnação. Nessas horas faz bem lembrar que somos seres eternos e temos muito tempo para aprender.
Não estou acusando nem impondo nada a ninguém, mas para quem vive apenas o material e sente internamente como Buda aos seus 29 anos que algo falta para te completar e fazer feliz, é hora de rever suas crenças e conceitos. Reflita por um segundo, “o que estou fazendo de bom para minha vida e para o universo?”. A sua consciência lhe dirá a resposta.
Todos podemos ascencionar e nos tornar Budas, estamos aqui para isso. Precisamos do material, pois necessitamos sustentar a nossa estadia, mas não devemos ser aprisionados pelo nosso ego que nos faz buscar e pensar constantemente nas conquistas externas. Devemos ser os dirigentes de nossas vidas e o caminho do meio pode ajudar.
Muitos, quando escutam história de Buda, decidem jogar tudo para o alto de repente. Não adianta largar tudo de uma vez, isso irá gerar um grande desconforto e sofrimento. Se desapegue aos poucos. Busque equilibrar as coisas, deixe uma parte do dia para o trabalho, outra para fazer algo de produtivo para você, como ler um livro instrutivo e ajudar o próximo, por exemplo.
O trabalho é bom, mas verá que existe uma grande diferença em viver o TER e o SER. Um é externo, necessário, porém passageiro e outro interno, eterno e leva a felicidade verdadeira.
Que todos estejam em constante movimento no universo.
Muita paz e luz para todos!
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