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O homem acaba trazendo para dentro de si, quase tudo que acontece fora. Todo um mundo é criado pela mente humana com os componentes emocionais usados nessa relação com o mundo externo. Aquilo que nos provoca raiva, espanto, interesse, desejo, indignação, enfim, qualquer que seja o sentimento, acaba imantado de uma carga afetiva que fará com que todo esse material continue existindo dentro da gente.
Queremos aqueles que amamos e temos consideração, presos e ajustados bem dentro do nosso ser, como se fossem uma extensão da nossa alma. Isso nos leva a transformarmos filhos, maridos, amigos, irmão, etc., em propriedade e ainda exigimos que se comportem exatamente como nos comportaríamos. Quando eles sofrem, consequentemente, nós sofremos também, por isso somos constantemente chamados a interferir. Existe estupidez maior?
Queremos os objetos, bens, conceitos, verdades, enfim, tudo aquilo que gostamos, acreditamos e aceitamos por perto e acabamos colocando o mundo dentro das gavetas de nossa alma.
Todo homem é um Frankenstein, feito de retalhos de tudo aquilo que a voracidade dos desejos e anseios foi capaz de aglutinar. Queremos, queremos, queremos, eis a questão.
O desejo tem sido o maior obstáculo para o nosso avanço. Ele nos leva ao mais profundo mergulho na ilusão da matéria. Quantas almas não vivem presas nas frequências pesadas das coisas?
Quando percebermos que não precisamos trazer nada de fora para dentro e que, na verdade, estamos aqui para nos esvaziarmos de todo esse monturo emocional, as coisas terão um novo significado.
Quando entendermos que teremos que nos esvaziar de tudo isso para não ficarmos presos na ilusão da matéria, a vida começará a fazer sentido. Aquilo que damos valor e importância irá sempre nos escravizar, pois onde estiver o nosso tesouro estará o nosso coração. Quando aprendermos isso, veremos o tamanho do equívoco que é querer controlar o outro, querer controlar o mundo, enfim, querer controlar.
O controle é o “modus operandi” do ego.
O Espírito não controla nada, é apenas um espectador fluindo na onda cósmica.
Ele se limita a esperar o despertar da Consciência através, principalmente, do desenvolvimento das virtudes da alma.
Quanto trabalho damos a nós mesmos! Nem mesmo Atlas carregou tanto peso.