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O que é educação de qualidade? Será que aqueles que protestam por melhorias na educação compreendem aquilo que reivindicam? O que é educação?
Educar é uma tarefa complexa e de grande abrangência, pessoalmente, nem gosto desse termo, acho que precisaria ser revisto, pois não é tarefa da escola educar ninguém.
A escola é um instituição de ensino, não de educação. Os verdadeiros educadores estão dentro do lar, é no convívio familiar que a educação deveria se realizar. Professor não é educador!
Infelizmente, a negligência dos pais, quase sempre preocupados com os seus próprios interesses, os levam a terceirizar essa responsabilidade. Seja por egoísmo ou por acharem-se incompetentes, transferem toda responsabilidade da formação dos filhos para profissionais que estão ali para ensinar, não para educar.
Uma outra questão que merece ser discutida é o papel da escola. Educar não é orientar, muito menos doutrinar de forma ideológica o aluno, esse modelo partidário, que a muito tempo está na cartilha da esquerda, faz parte de projeto obscuro de hegemonia que precisa ser revisto.
Você orienta um rebanho, você instrui um soldado, mas será que não deveria ser diferente com uma criança?
Estão usando a palavra educação, realmente, para instruir e orientar as massas, com o intuito de manipular as consciências, fazê-las escravas de conceitos a valores que se ajustam aos mais escusos interesses dos poderosos. Fazem isso há muito tempo, acreditem, eles não nos querem “educados”, eles nos querem “orientados”.
Educar vem do Latim, Educere, significa, literalmente, “conduzir para fora”, ou seja, é um processo de manifestação de um conhecimento que já existe latente no indivíduo. Seria como a maiêutica de Sócrates, um parto, trazer realmente para fora. Isso se faz usando os recursos cognitivos e a capacidade do indivíduo de raciocinar e tirar suas próprias conclusões.
O modelo de Instrução e orientação usado só serve para ter o ‘outro’ dentro da gente, é simplesmente, carregarmos modelos, manuais, valores e crenças que não são nossas, assim, acabamos nos tornando um depósito de todo um conjunto de normas que nos farão aptos a participar de grupos sociais com funções e obrigações voltadas para interesses de forças que desconhecemos.
É fato que existe um viés educacional que quer nos entulhar de coisas e que nos fazem viver uma vida essencialmente abstrata e mental. Com isso, perdemos toda a conexão com o corpo, com as nossas verdades intrínsecas, com aquilo que trazemos na bagagem espiritual e passamos a nos guiar por estatutos e regulamentos que nos uniformizam.
Educação é coisa séria, precisamos olhar para dentro e questionar, a todo instante, tudo aquilo que nos foi apresentado como verdadeiro. Urge refazermos a péssima programação que fizeram em nossa mente e trabalhar o autodescobrimento.
A mídia orienta, a religião orienta, as escolas orientam, mas apenas um verdadeiro Mestre poderá educar, alguém que se importe com você. Não adianta pregarmos a pedagogia do amor, defendida por Gabriel Chalita, estruturada a partir dos conceitos da Psicologia Transpessoal, a escola não é um lugar de afeto e sim um ambiente de aprendizado. Afeto, carinho, amor e todas essas utopias, só podemos encontrar no ambiente doméstico (mesmo assim está cada vez mais difícil).
Enquanto aceitarmos passivamente esse quadro mórbido de controle e modelação, continuaremos na condição de escravos. Não podemos negar que sob a égide de argumentos que são amplamente aceitos, todo um paradigma social é construído. A hegemonia preconizada por Gramsci, por exemplo, passa pela cooptação das instituições educacionais e não é segredo que a política sempre esteve, mesmo que não assuma, presente nas grades curriculares. (esse nome grade eu acho horrível, lembra prisão)
Napoleão costumava dizer que a história é uma fábula contada pelos vencedores. Da mesma forma, tudo aquilo que se configura como a nossa realidade também é a reprodução desta triste verdade. Não podemos tratar a educação apenas com o conceito conteudista, educar é preparar o aluno para os grandes desafios da existência, é preciso fazer mais e melhor. Os pais são os verdadeiros e legítimos responsáveis pela educação do filho, mandar filhos mal educados para escola e esperar que os professores mal pagos os ajustem é uma irresponsabilidade.
Um dia seremos obrigados a pagar essa fatura.